domingo, 18 de janeiro de 2009

Nojistas


Após observar uma latrina conspurcada, cheguei a casa e sentei-me à secretária vergado pela vontade… tempo, tempo, tempo... parece-me faltar, ou talvez não o esteja a aproveitar… os dias passam e o descontentamento é crescente, bem como o pensamento que me martela na mente… mudança, mudança, mudança… martela a marreta da consciência. Como pode ser dolorosa a consciência, a crítica, a reflexão… dia após dia a injustiça desavergonhada, fraude clamorosa, embuste surreal, mentira descarada… “o futuro está a saque!” sussurro eu.

Enquanto uns vivem agarrados ao passado e outros tentam sobreviver no presente, existe uma espécie que saqueia o futuro. Eles não descendem directamente do Ser Humano, mas sim do bolor que floresce nos dejectos excrementosos. Eles auto intitulam-se Dirigentes, outros Lideres ou ainda Governantes. Penso que algo que se desenvolve e cresce dos dejectos excrementosos, se devia chamar Nojio. Nos tempos que correm penso mesmo que não vivemos no democratismo… pois ao inalar o seu cheiro pútrido digo alto e em bom som “vivemos no Nojismo!”

Corrente política criada pelos Nojistas, que para além de viver à conta da propaganda, da imagem, do faz que não faz e do não faz que faz. Vive ainda do sentimento fácil e da mentira de perna curta, do trabalho de muitos em prol de alguns…

A vergonha para os Nojistas é como o papel higiénico, pode sempre comprar-se mais!

Como as fezes contaminam a água imaculada dos sanitários, também os Nojistas nos contaminam com as suas dissimulações, as suas falsidades e os seus discursos diarreicos, ricos em peçonha e pobres em integridade…

Pão e circo como na Antiga Roma. Com pão e com circo, nem o fedor quente e húmido da matéria corpórea que os Nojistas expelem pela boca, vinda dos seus estômagos grandes e fartos, incomodam aqueles que dizem baixinho “não sei, nem quero saber”, “não é nada comigo”, “são todos iguais, pelo menos estes roubam, mas fizeram alguma coisa.”

Ataviados eles andam, bem montados em seus cavalos. Nação abaixo, nação acima pelas auto-estradas vai-se mais rápido, mas pouco ou ninguém se vê! Por essas belas estradas, muito se contempla e o aroma é bem mais fresco e sadio. Mas quem da trampa nasce, na trampa quer estar. Nem que para isso o trabalhador e o justo, tenham que lesar… palavras sábias as de um Velho Ancião lá para os lados do Marão.

Conta-se que os Nojistas são bom adubo para a terra… é verdade sim senhor. Desde então a terra tem sido rica em desigualdades, pobreza, miséria, injustiça, fome… diz o Velho Ancião lá para os lados do Marão que os Nojistas deitados à terra, ficam com as raízes mais profundas que um tumor. Estes sugam a esperança, a determinação, a alegria, os sonhos e em último estádio a vontade de lutar…

Só parece existir uma solução! É ter o olfacto bem apurado e o ouvido bem aguçado. E quando sentirem o odor fétido e repugnante dos Nojistas excrementosos, bem como o seu falar borbulhante e gargarejante, desconfiem!

Se te dizem “vamos dar mais”, cuidado que te vão tirar!Se te dizem “vamos tirar”, cuidado que te vão tirar o dobro do que te disseram!Se te dizem “queremos a mudança”, cuidado que vai ai mais do mesmo!Se te dizem “contamos contigo”, cuidado que vais ser esquecido!Se te dizem “a crise acabou”, cuidado que ela vai começar!

Aqui quem muda é a merda, porque as moscas são sempre as mesmas…

Se os Nojistas queremos fazer desaparecer,só há uma maneira de o fazer.Pega numa pá bem grandee ao escaravelho dá-los de comer!

Assim falou o Velho Ancião lá para os lados do Marão…


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